drakemberg

A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à  qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À  escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.

quarta-feira, novembro 29, 2006

hoje fui chamado ao director




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Fora chamado ao director delegado engº Carvalho Sanches. Na vespera desse dia,houvera uma grande avaria na zona da Francisco Newton e a jomar o local viu-se depois ser precisamente junto ao posto de distribuição da Pameli,um cabo de distribuição de baixa tensão de cento e vinte m/m tinha ardido totalmente deixando sem luz uma vasta area residencial e industrial. Por isso urdia reparar a avaria celeremente, naquele dia eu junto com o pessoal serventuario africano,demos o máximo e isso deve de o ter tocado,pois eu era o unico branco em Angola e mesmo em Africa, cuja ascenssão estava começando pelo degrau mais baixo da escala social isto é servente. Por isso quando me apresentei à secretária que me fez a inscrição para a audiencia,estava muito apreensivo! esse nervosismo descarregui-o andando para tras e para a frente no corredor de soalho,que dava acesso ao gabinete do Delegado, a cada passada as tabuas rangiam ligeiramente,do meu interior emanavam ordens como tem calma pá; alguma vez te deixaste ir abaixo relax.
Mais BlogsA secretária abriu a porta e disse! Senhor Soares faça favor. Entrei!O homem que tinha á minha frente,impunha respeito! Tinha um farto bigode atemorizador, mas tambem enganador pois assim que começou a falar logo o ambiente se desanuviou. Já o fora oito meses antes, quando lhe fora apresentado no cinema.O homem como autoridade máxima daquele serviço, a quem todos os funcionários estavam subordinados para o bom e para o mau, no que a mim me diz respeito foi parentório e falou?Sr Soares mandei-o chamar para lhe dizer que reconheço que a sua situação nestes serviços não é assim muito lisonjeira nem indiciadora duma previsão optimista para realização pessoal. Não é pois algo que seja do interesse destes serviços, manter-lhe a situação actual, pelo que como representante máximo destes serviços lhe faria a seguinte sugestão, que poderá mudar o seu estatuto profissional nestes serviços, e que resume ao seguinte: Você faria bem em matricular-se numa escola profissional para angariação de conhecimentos técnicos que de certo lhe virão a ser muito úteis num futuro próximo. Estes serviços abrem com muita frequencia concursos internos,e é a um desses concursos que o Sr poderá depois candidatar-se. Agradeci ali mesmo com a promessa de que iria dar andamento à sugestão e assim foi. Não olhei para trás! E nessa noite dei comigo a magicar como consegui-lo?Teria que vencer alguns contratempos, como por exemplo vencer a distancia que me separava do centro da cidade e o bairro Sarmento Rodrigues. O primeiro passo foi matricular-me num colègio que dava cursos nocturnos pós laboral, e que ficava ao fim da general Carmona no cruzamento com a Brito Godins e a rua das Ingombotas. Este passo estava dado faltava um outro não menos importante que este,conseguir transporte para o bairro todos os dias depois das zero horas.E isto consegui-o na Lusolanda comprando lá, a prestações muito baixas uma motorizada NSU. E lá comecei a trabalhar e estudar. E com muito entusiasmo lá fui,passou-se um ano o estudo estava a correr como o previsto. Nove meses depois abrira um concurso para operadores de Centrais e subestações eléctricas, assentei arraiais na antiga central da SONEF. Esta central que recebia a corrente das Mabubas,passou mais tarde a recebê-la tambem de Cambambe. para chegar aqui, e era pouco! Pusera já em prática o que aprendera na escola nocturna onde andava e dentro do escalão que frequentava, era bom em matemática! E isso me serviu muito.



Angola estava numa de emancipação,e eis o motivo da guerra, já que o colonizador a isso se opunha. Mas estava em curso um fenómeno de dimensões gigantescas,e tem piada que o mesmo era mais benéfico,aos povos que pediam a emancipação, do que ao colonizador. Fez-se mais em Angola em treze anos de guerra, que nos quinhentos anos que durou a prezensa portuguesa,por aquelas latitudes.Os angolanos terão que concordar comigo ao menos nisto. E eu sinto orgulho de ter colaborado! Sou assim,sabieis! Ligaram por estradas asfaltadas todas as capitais de provincia cerca de vinte mil kilómetros, com as concumitantes pontes para passar os cursos de água, e se eles eram bastantes, centenas mesmo.Estavam a nascer fábricas por todo o lado,E eu estava a assistir a tudo isto.Meu irmão Domingos fora-se embora em 1960,parece que profetizara para si mesmo o que estava para acontecer. Dissera-me ele na altura : Claudino anda comigo embora desta merda, lá é que é a nossa terra !Isto aqui não vale uma merda, esta terra é para pretos e só cheira a merda seca e mijo por todo o lado. Não quiz seguir o conselho dele e fiquei! estourara a guerra pouco tempo depois, mas como sempre acontece a um fenómeno, opõe-se sempre outro de sinal contrário cumpriu-se pois a regra, O outro fenómeno, era um Bum nunca antes visto por aquelas paragens. E a primeira coisa que rebentou pelas costuras, foi a rede eléctrica de Luanda. Uma rede que estava montada nos moldes coloniais um candeeiro aqui, outro alem,que logo deram lugar em poucos anos a avenidas largas arborizadas e com muita luz. Era impressionante! Por isso a rede electrica tinha que acompanhar o bum. Nessa època fora-me dado a incumbencia do control de todos os postos de transformação e sub-estações de Luanda, E isso consistia: em nas horas de ponta, percorrer um sector dos mesmos para controlar os picos da intensidade que por ali passava. A intensidade de corrente é como a quantidade de água que passa num tubo ali, mede-se em metros cúbicos aqui, em amperes hora. Este control era muito importante para medir as prioridades das ampliações da rede nas zonas criticas. Quando visitava um posto e mal abria a porta um bafo quente me atingia o que indiciava um ponto de rotura a qualquer altura, em quase todos os postos os amperímetros grilavam. Era pois entre as dezoito e as vinte horas que o material era posto à prova. Percorria toda a Luanda a pé, desde a Cuca ao Bungo,da marginal até ao departamento maritimo na Ilha de Luanda, Alto da Maianga Prenda, e Samba, bairros populares, um e dois e todos os musseques. Auscultei o bater do coração de Luanda, na figura da sua rede electrica e quantos esforços tiveram que ser feitos para acompanhar o ritmo. Isto passava-se em mil novecentos e sessenta e tres.