drakemberg

A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à  qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À  escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.

terça-feira, novembro 23, 2021

Hoje a moto me levou para a praia de Santiago

Curiosidade: dois

Decorria o ano de mil novecentos e setenta e três. Hoje saí da fábrica e resolvi ir à praia. Não tinha uma definida, e depois o que não faltavam eram praias e  do melhor que havia. Mas eu como sempre nestas coisas, nunca colocava na balança o bom senso, e deixei que a mota me levasse. Foz do rio Cuanza, Morro dos veados, Morro da cruz, Corimba, Samba, Futungo Ilha etc. Mas  desta vez não sei porquê, pois não era hábito a mota me começou a levar para norte. Mesmo para fora de portas, passei a Vidrul o Cacuaco, Quifangondo,  mal me descuidei estava na lagoa do Panguila. Parei com a Ivone e estivemos largo tempo a ver se descobríamos jacarés na lagoa de cima da ponte, a água da dita, não se via dada a quantidade de nenúfares que a cobria na totalidade. Mas os jacarés tinham ali, um dos seus habitats e havia-os às dezenas. Já devíamos de estar a cerca de trinta quilómetros de Luanda. Logo que saíamos da ponte viramos na picada à esquerda, e foi por aí que seguimos, a mota dirigia-se abertamente e convictamente para a praia de São Tiago, ouvia falar muita vez da sua beleza, mas nunca me dera para a demandar por ficar muito fora de portas, o rio Bengo desaguava ali bem perto. A distância supria bem os cinco seis quilómetros a partir da ponte. A meio do caminho uma grande receção de macacos beduínos nos aguardava, dezenas deles, ainda me dei ao luxo de os desafiar, eles em pé faziam uma algaraviada que metia medo.

Avancei e cheguei à praia! Era de facto uma praia de sonho! Areia limpa e fina, dum sossego inimaginável, não se via viva alma, e a praia se estendia a perder de vista. Talvez sete quilómetros de areal! Só se via ao longe, as grandes colunas de refinação do petróleo da Petrofina mas já sumidas na bruma.


Entretivemo-nos à pesca! No silêncio envolvente bem perto de nós Uma tartaruga gigante tira o pescoço bem fora da água fazendo um ruído medonho  e forte ao expirar, medonho pela surpresa, e durante o tempo que lá estivemos já não mais voltou. Brinquei na praia, com a Ivone, as ondas de tão pequenas só faziam ao espraiar-se pela areia, um flip flop e a água límpida e serena, como muitos cenários que vira por Angola fora! Visões do paraíso na terra. Por isso eu te amo Angola, e quando morrer que os anjos me levem numa derradeira passagem, pelos locais dessa terra que outrora me marcaram indelevelmente

Estava neste pensamento, quando do lado da floresta, um som forte marcado ritmicamente por um som contínuo flap, flap,flap, percebi antes de ter acesso visual à máquina de que se tratava de um helicóptero! De facto não me   enganei! Vindo do lado norte, a máquina rodopiou fortemente, no sentido em que, estávamos. Assim que tiveram acesso visual a nós desceram, um militar sentado na portinhola aberta do mesmo, gesticulava para que,  abandonássemos o local, batiam com o dedo indicador na testa, sinal convencional de que nos estavam dizendo sereis doidos ou quê. Indaguei-me que estarão eles a ver que eu daqui não vejo? Ou antes, que terão visto? Que, não vejo eu. Por isso fazendo dos olhos deles os meus, comecei a preparar as coisas para largar o local, e foi o que fiz. Mesmo assim estive lá tempo  suficiente para marcar indelevelmente o local. Hoje, é o mesmo um cemitério   de navios apodrecidos e inoperantes. É pena! Pois estou certo que, não há  praia nenhuma nas Caraíbas que em beleza dela se aproxime. O helicóptero deu mais uma volta pelo largo, a tempo de nos verem zarpar do local, na minha Honda. Teria que percorrer até ao Panguila cerca de seis quilómetros, já ia a meio da picada quando o ruído do hélio se fez ouvir passando por nós novamente, e passou ainda mais uma vez mas já na estrada de alcatrão sendo esta a última vez. Fiquei convicto que eles algum perigo tinham visto, pois era nítido que nos fizeram guarda até nos verem na estrada principal, por isso, fora de perigo. Obrigado força Aérea, por me terem protegido de perigos que tão perto de mim estiveram, sem que eu deles sequer sonhasse.

marquee width="200"height="20">O Tgv do Oeste

Na década de sessenta o que mais me marcou na minha passagem pela tragédia foi; um fugas encontro com um personagem que na época tinha uma força incomensurável junto do povo angolano! Soube-o mais tarde!Foi no Farol da Ponta Albina em Tombua antiga Porto Alexandre na era colonial.21