drakemberg
A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.
A Simone está cá! A Simone está cá!
Mas quem é a Simone? Perguntava a mim mesmo. Deixei de deambular pelas anharas; terminara a missão para que fora convocado.O facto nem era bom nem mau,era igual, mas ao mesmo tempo diferente.Estàvamos em mil novecentos e sessenta e dois,e as coisas estavam a correr menos mal.Estava em marcha uma gigantesca campanha de psico social,eram pois chegados os tempos do Movimento Nacional Femenino, dos aerogramas,do tabaco ao preço da chuva etc.eram os tempos das visitas de artistas de todos os tipos, tentando arrepiar caminho por quinhentos anos de abandono, e marasmos.Estava anunciado para o dia seguinte,um espectáculo de variedades onde a vedeta era precisamente a Simone de Oliveira.Acho que no Puto era uma pop star em ascensão. O evento estava a mobilizar o Quartel! Limpezas para aqui montar palco além,uma azàfama de todo o tamanho. Uff chegou o grande dia;eu nas minhas recordações penso ser a Simone que naquele dia lá esteve,não; não posso ter dúvidas era ela mesmo,embora a imagem já esteja diluída no tempo,terá que ser a própria a desmentir-me.O espectáculo começou! Entre palmas e assobios valia tudo.Os gritos eram ensurdecedores,E duraram,duraram,de repente um silêncio de morte se instalou.Era a Simone que fazia a sua aparião no palco.Era de facto uma silheta de mulher imponente e magnânima:de pele alva, muito alva mesmo,uma cabeleira preta e volunosa caía-lhe sobre os ombros arrebatadora trazia um vestido de seda azul cerúleo,alta e linda de morrer,com suas pernas muito brancas,divinais.O impacto que exerceram em nós foi tremendo. Estava ali mesmo há nossa frente,o produto das nossas fantazias
Os Safaris
Três semanas eram passadas.Habituàmo-nos enquanto,permanecemos na àrea a ir todos os dias com o cawboy; Ao pôr do sol,lá estàvamos, prontos para a incurssão habitual ao mundo selvagem.Há dias estivèmos na mulola do Gerònimo. Os elefantes brincavam no lamaçal aspergindo, para cima deles a lama as crias, rebolavam no dito descontraidas, num espectáculo digno de ser visto por qualquer mortal;até porque Safaris como este eu não ia ter hipòtese de ver no resto da minha vida! Seriam preciso centenas de contos para tal.Havia por isso que ensopar tudo,pois o que ficaria seria a recordação.Hoje por exemplo acompanhàvamos à distância uma alcateia de mabecos,e sorte das sortes, em plena caçada,e era vâ-los persseguindo as impalas tentando separá-las e em plena persseguição iam mordiscando-as no tendão de aquiles para as fazer tombar tudo isto num trabalho de equipa excepcional.O mabeco ou cão selvagem como tambem é conhecido,o animal que não se cansa.Perssegue a presa durante kilómetros esgotando-a até ao sacrifício final.A nossa permanência na ârea devia de estar a acabar. Primeiro porque aquele bem tão precioso para os povos da zona "o sal" estava a acabar.Segundo porque o oficial tinha ido jantar com a autoridade administrativa mâxima do Cunene. Esta situação indiciava de certeza a feitura do relatório de ocorrências para o comando militar do Lubango. Nós convidados que fomos pelo cawboy e alguns colonos lá do sítio para uma patuscada lá fomos para uma noite de boémia.O repasto era nem mais, nem menos, que uma palanca nova assada no espeto bem temperada à moda africana jindungo, muito jindungo. Alguns africanos apareceram às tantas e refastelaram-se connosco.às tantas já com os copos começaram a cantar com aquela voz toada e dolente como só eles sabem os seus cânticos são famosos, não só em Africa, como em todo o mundo. Nós aparvalhadamente tentàvamos cantar com eles, já de madrugada quando a euforia produzida pelo acool começava a dar lugar àquela sensação de melancolia foi aí que ouvimos com muita atenção! Em volta do brasido final,deu para os morenos começarem a contar histórias,de sabor local, lindas de morrer.Ficou-me na memória aquela,que focava o Cuango-Cubango quando nas noites de lua cheia,diziam eles;se juntavam nas suas margens,junto aos ràpidos,e miravam o fundo sem pestanejar,esperando ver o refulgir da pedra eterna,que levada,ora rebolando,ora parando,mas sempre expelindo chispas de morrer.Era difícil apartá-las daquelas que a pròpria àgua tambem expelia,no seu correr borbulhante por sobre os baixios rochosos do leito.Mas eles faziam parte da pròpria terra,e seus olhos experimentados discerniam-nas bem.Eram os diamantes de Angola no seu fulgor màximo expelindo xispas multicores inconfundíveis,após milhões de anos em formação,mostrando-se enfim!Agora; aos olhos àvidos dos humanos.Ao longe; O Cruzeiro do Sul,bem visível,lembrava-nos que estàvamos no sul Austral! No horizonte a claridade de mais um dia despontava.