drakemberg

A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à  qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À  escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.

domingo, dezembro 19, 2004

segunda-feira, dezembro 06, 2004

A Miscelânea

Deviamos estar em julho de mil novecentos e sessenta e um.E se me não engano as tropas vindas do continente já deviam estar por aqui há cerca de um mês.O relacionamento entre nós,eles.e os naturais começara em degelo.O que era muito bom!Já era vulgar ,na parte da manhã no clássico jogo de footbal,entre nós Cês e os Is,misturarem-se caçadores especiais, e isso daí para a frente passou a ser corriqueiro,até o convívio entre todos se nivelar.Nessa mesma tarde,eu mais uns colegas,fomos dar uma volta pelo rio; na barcaça que, para o efeito tinhamos ancorada ao cais.Era uma barcaça que estava dada ao serviço da marinha, e do exercito.Em ferro,e com um motor perkins de grande potencia.O rio tinha no local uma corrente de dozs a quatorze nós,fora da enseada por ele mesmo creada.Era aí na calmaria que ele se tornava mais perigoso.Pois era aí também, que se juntavam às centenas;jacarés enormes.Estas movimentações cortavam a rotina.Alem de poderem ser incorporadas nas missões de serviço.Desciamos o rio até Boma;cidade portuària congolesa na margem direita do rio.Estas missões decorriam arbitràriamente à revelia das ordens de comando.No regresso,e isto horas depois!entretinhamo-nos em pleno centro da corrente a mergulhar nas àguas caudalosas.Èramos devidamente amarrados com uma corda.O desafio consistia em:no mínimo conseguir-se ficar parado.A água era dum castanho acobreado.Talves devido aos sais de cobre dissolvidos nela,pela proximidade das minas de cobre do Mavoio Maquela do Zombo.Dias depois sentimos na pele, todos os que mergulharam na torrente,fortes dores de ouvidos, e dois dias depois aí estava instalada uma otite catarro purulenta, com saida de sangue.Ainda passados quarenta e tal anos aparece sasonalmente, como que a lembrar-me aqueles tempos agitados.Estes posts referem-se à parte humana e divertida da dita guerra.Mas neles mesmo assim o perigo rondava por perto.E já que não o podíamos evitar,tinhamos de o temperar,com um pouco de fantasia.A parte sórdida estava em força,e farejava-se à distância.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Percevejos e outros bichinhos

Andava em construção uma caserna nova.Em princípio dizia-se ser para os tropas que estavam para chegar do continente.Aquela caserna acabou por ficar para as tropas Cês,aquela onde estàvamos ficou para as tropas Is,e na que restou,foram alojados de facto,as primeiras tropas Caçadores especiais,vindos do continente.Não eram muitos,pois foram distribuidos,pelas unidades espalhadas, pelo norte de Angola.Não eram assim muito faladores ,e de princípio viviam meio desconfiados conosco.Foi bom eles terem vindo!Pois de uma coisa eles nos livraram.A caserna antiga ficava a escassos dez a quinze metros do rio.Por isso de noite èramos inundados com toda a casta de insectos voadores, e sugadores.Eles eram anofeles,os vectores da cólera,febre amarela,varíola,tifo,filariose,e uns lagartos muito pequeninos,que se alojavam sob a mucosa ocular,e que arrastavam um prurido insuportável;alem do descoforto à luz solar.Penso ser uma variante da filária.Mas tudo isto,parecia suportàvel,até ter-mos de suportar os terríveis percevejos.Eram às centenas.E atacam de forma estranha.Ao mesmo tempo que anestesiam,picam e sugam.Sugam e desaparecem;deixando-nos com uma comichão Horrivel.Tivèmos de elaborar uma estrategia que se resumia ao seguinte:arrastàmos uma cama para junto do interruptor da luz.Quando nos apercebiamos da sua presensa;gritàvamos! Acende a luz.E acto contínuo, como que impulcionados por molas,levantàvamo-nos,puchàvamos o cobertor para tràs, e!Supremo goso,esmagamos tantos percevejos quantos os possíveis,e isto era feito com´as mãos.O cheiro que ficava era fètido mas valia a pena.Passado um ou duas horas,tudo se repetia.Era assim durante toda a noite.Nunca conseguimos resolver este problema na totalidade.Nem mesmo quando começàmos a usar latas de conserva cheias de petróleo,òleo queimado etc.Eram colocadas de maneira que os pés da cama ficavam mergulhados no dito líquido.E eram tantas quantos os pés das camas.Dava a impressão que iam pelos barrotes do barracão e que se deixavam cair qual paraquedista em queda livre.Nunca soube como chegàvam até nós.Agora com a mudança para a caserna nova,nunca mais vi semelhante bichinho.