drakemberg

A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à  qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À  escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.

sábado, janeiro 29, 2005

O inevitàvel

Hoje por impossivel que parecesse,vi o que nunca julguei ver.Uma patrulha tinha saido lá para os lados da Marcony.Eram passadas vàrias horas e ei-la que regressou,tudo bem nada de mal. Não sei se por forte influencia dos acontecimentos anteriores,o certo é que traziam um preso.E a tendência dos militares presentes ameaçava fazer justiça por mãos pròprias era obvio;bem o comandante da companhia pedia calma; e repetia várias vezes calma pessoal,mas foi ineviàvel e o pior aconteceu nestas situações de pressão,antevia-se o pior a primeira agressão.E foi muito triste ver a cena seguinte,com muita gente a descarregar o seu stress naquele homem.Alguém saltou para o geep e o tirou dali tendo sido entregue ao chefe da administração local e foi o melhor que lhe aconteceu.Senão não sei o que seria.Naquela època de decepações, e fugas desordenadas, de aldeias, e cidades inteiras eram quinhentos anos,de asneiras que estavam a chegar ao fim Amem.

terça-feira, janeiro 25, 2005

O embuste

saguin.jpgA partir daquele desaire,se já ouviamos as rádios:Moscovo,Checoslovaquia,e Brazaville,mais as ouviamos a partir de agora.É certo que havia muita propaganda,mas depois de tudo filtrado,ficàvamos com uma panoramica mais aproximada do que estava a acontecer na relidade.Do nosso lado nem sequer nos explicaram o que tinha acontecido aos colegas que nunca nais voltaram.E era dever deles!Estas escutas já vinham de longa data; desde que comprara meses antes um rádio de onda curta em Matadi.E era vê-los depois das onze da noite juntarem-se de volta da minha tarimba,e ensopavam, qual esponja,os mais pequenos resquissios de informação oriunda daquelas paragens.Certo dia como que à guiza de aviso,O alferes Castro, sai-se com esta? Nosso cabo cuidado com as reuniões de volta do seu rádio.O aviso, vindo de quem vinha, até tinha uma razão de ser.Aquilo que nos paxava para junto do rádio,era nem mais nem menos que o assalto ao Santa Maria,por um tal Henrique Galvão.Parece que andava uma fragata atrás dele,lá para os mares das Caraíbas.Portugal estava sem dúvida numa encruzilhada da História. Fiquei a pensar,e a repensar.E no dia seguinte sentado junto ao farol que guiava a navegação rumo ao porto seguro de Matadi.Dei comigo, a apreciar os esforços de um Fuka Fuka, com o seu cone arenoso bem composto, exalando uma hormona chamativa,afim de atrair ao embuste qualquer insecto desatento.Então era ver o frenezim,catapultando areia para as paredes do cone, até fazer a victima deslizar até ao fundo do dito, onde o seu fim era inevitável.Era o que se passava connosco, e com eles.Nós armàvamos ciladas esperando que eles caissem nelas.E eles,por sua vez armavam-nas tambem,esperando por sua vez que nós caíssemos no logro.Era um embuste.Aliás todas as guerras são isso mesmo;embustes.Ao por do sol, era ver os falcões e os açores,rondando as grutas; à espera da saida massiça aos milhares de morçegos, caindo sem dó nem piedade sobre eles a alta velocidade.A fartura era tanta, que se davam ao luxo de esventrarem a víctima, afim de lhe retirarem uma viscera qualquer deixando cair o resto;repetindo a operação até se satifazerem completamente.Por isso a nossa passagem por este planeta mais não é que embuste, atrás de embuste,esperando que outros caiam neles.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

«««««O Urdume»»»»»

Team.jpgNa tessitura do mundo não meteste nem prego nem estopa.Nos seus movimentos eternos,não és visto nem achado.Hoje de madrugada como acontaecia Frequentemante,mais uma patrulha saíu para a àrea de S.Salvador do Congo.Comandava-a o alferes Flores;Acompanhavam-no cerca de sete militares.A notícia chegou por volta das duas da tarde,Brutal lúgubre,fria e carregada de presságios sinistros.Tinham caído numa emboscada,lá para os lados da baixa do Lucossa.Pelo que me lembro,o cabo Correia de transmissões atingido mortalmente ficou agarrado ao aparelho de rádio.Um miliciano atingido de morte jazia a poucos metros da viatura.O alferes Flores,morto junto há viatura esvaira-se em sangue.O cabo mulato fora atingido em pleno ar quando saltava da viatura,a pancada no capacete de aço foi de tal ordem que fez o salto mortal.Andou mais de duas semanas pelo quartel até ser evacuado para Luanda.Nunca mais soube quem era ,nem o que fazia ali e nem o nome dele sabia,tal foi o estado de amnésia em que entrou.O desaparecimento do alferes Flores criou um estado de vazio tão grande que;para quem com ele conviveu,nunca mais foi a mesma coisa.Já não me lembro,mas tenho a impressão que houve mais um morto que entrou no esquecimento do meu cérebro.Nunca mais os vi! pois naquelas situações,os mortos e feridos eram de emediato evacuados para Luanda;e depois para o continente e entregues há família.O resto da patrulha reagiu de emediato,com forte carga de granadas defensivas,entraram de emediato em peseguição causando algumas baixas tambem a eles.Por entre a trama e urdume das suas vidas que ali se esvairam para todo o sempre; os deles e os nossos,voaram e foram pousar;na terra do apasiguamento eterno.Que Deus os proteja para toda a eternidade.Soube anos depois que,em Almada há uma associação que lhe prestou uma homenegem.Com o descerramento de uma placa.Um dia vêla-ei

terça-feira, janeiro 11, 2005

((((Uma noite para esquecer))))

O ano de 1961 não parava de me surpreender.O tempo da tropa turística já era.Tinha passado.Chegara ali em Setembro de 1960.Piscina todos os dias ,ginástica de manutenção,e à parte os problemas de ordem natural contra os quais não metemos estopa.Tudo corria ao sabor dos ditâmes;e ritmo que a própria natureza impõe,ne far niente era o lema.Dos que ali estiveram e eram só militares de incorporaões locais pretos e brancos.vem-me há memória a célebre passagem de ano de 60 para 61.Um navio fundeado nas águas calmas do rio,puzera-se a buzinar.Do outro lado de Matadi a mesma coisa.Nós atiràvamos tiros para o ar ;mas o melhor estava para vir.Lá para os lados do faroleiro,ouvia-se musica africana.Quando digo musica africana,refiro-me àquela toada dolente,tão caracteristica de Africa.alguns de nós dirigimo-nos para lá!O ambiente estava de partir,de cortar há faca.Todos nóa íamos bêbados pretos e brancos.Lá ao som da vitrola dançava-se algumas mulheres eram congolezas.Pois bem entràmos na toada.O cheiro a catinga delas, deles, e de nós "porque os brancos,em Africa, tambem catingavam",misturado com alcool, o fumo do tabaco,liamba, e sexo era o máximo.O que mais me impressionou foi ver todos os que ali estavam,como que num estado hipnótico.Naquela noite fomos todos irmãos!Não sei quando começou mas sei que durou toda a noite.Não sei como ,mas como que por magia,a partir das tantas da madrugada a musica se fixou sempre na mesma toada e se manteve assim toda a noite.Não sabiamos se eramos nós que as seguràvamos, ou elas que nos seguravam a nós.O sexo corria livre.Tinham a rata quente e funda.E foi assim toda a noite.Quando de madrugada já perto do raiar do novo dia nos dirigimos para o quartel,a cantar e a praguejar,espalhamo-nos a esmo por toda a àrea do passadiço superior em madeira,que rodeava o quartel e por ali ficàmos a dormir até às tantas indiferentes ao perigo que corriamos.Nem admoestados fomos.

segunda-feira, janeiro 03, 2005

(((((Uma história à Rocambole)))))

os-quatro.jpg
Talvez fossemos,de trinta a quarenta homens no destacamento.Pelo que me lembro,oficiais cinco,sargentos três,destes todos ,o único que deixou saudades foi o alferes Flores.O mais repudiado era sem duvida o alferes Formigo.Este sempre a puchar o queixo para cima,como se estivesse em qualquer unidade de èlite.Olhava por cima do ombro,como se fosse rei e senhor;Uma tristeza.Tinha vindo segundo se contava da escola do exercito,vivia à parte do resto do pessoal.Patrulha comandada por ele todo o pessoal tinha de ser nomeado.Aquele ao contràrio convivia com todo o pessoal subalterno,quàse num plano de igualdade.Patrulha comandada por ele todo o pessoal o acompanhava voluntàriamente.Por isso mesmo;nós o adoràvamos como pessoa,e como amigo.Um dia como era norma lá estava eu,mais dois soldados angolanos,de patrulha nocturna à povoação.A terra já tinha pouca gente.O faroleiro e mulher,o Vasconcelos funcionário do correio local e mulher,com quem casara por procuração dizia-se.Muito jovem e muito atraente.estas situações instàveis criam grandes problemas de muita ordem;e um deles e não menor era a carência de relacionamento sexual.Èramos todos jovens não esquecer.Aí estava um problema para pessoas como o alferes Formigo.Nessa dita patrulha e no sossego da madrugada,as luzes da balizagem do rio tremulinavam até ao fundo do horizonte.Era um cenário de paz com Deus e com os homens.Eis senão quando no silêncio da noite africana;gritos apavorados ecoaram.Forçoso era acorrer! e foi o que fizemos.Estàvamos de facto perante uma ocorrência.Alcandorado ao cimo da escadaria,qual fantasmagórica figura,lá estava o Vasconcelos funcionário do correio local,e cuja residência se fundia com o mesmo.Gritava ele que? Todas as moites,alguém assomava ás janelas do seu quarto afim de ver sua mulher desnudar-se.Subimos a correr a escadaria central que nos levava ao cimo.Esta escadaria,era ladeada por degraus de cerca de meio metro de altura,e guarnecidos em todo o comprimento por vasos de roseiras.Estes guarneciam,a pequena colina,onde se alcandorava o edifício,e prgrediam em curvas de nível até ao cimo.Ao corrente do sussedido;gritamos em voz alta!Amigo Vasconcelos quem quer que se encontre aqui escondido,vai sair de lá como um coelho.E!Acto contínuo puxàmos com violência a culatra da metralhadora que transportàvamos connosco. O ruido deve ter soado sinistro no silêncio da noite.Acto contínuo começàmos a inspecionar um a um todos os degraus,e sempre a falar sai daí caralho etc.Ao terceiro degrau ,lá estava ele, o alferes Formigo atràs das roseiras.Mal nos viu implorou nosso cabo veja o que vai fazer.Só tive tempo de lhe responder em surdina.Rasteje e escape-se,e ele assim fêz.Era degradante ver um oficial com aquele aprumo descer àquele ponto.Bem fazia o alferes Flores que neste campo se juntava a nós nos bacanais com as congolesas que nos visitavam para o efeito. Durante o tempo que lá estive,tive de aturar o Vasconcelos,diga-me nosso cabo quem era o militar.Eu respondia!Não encontrei ninguém.nunca soube pelo menos pela minha boca.Dias depois levou-me ao local e mostrou-me? Na parede eram visíveis sinais de esperma.Tive de persuadir o Vasconcelos de que não vira ninguém.Debalde; pois sei que nunca acreditou.Ficou por isso até hoje na dúvida.De regresso há base foi deprimente ver um homem,vergado sob seus galões;ao ver-se perdido,da razão que o animava;frente a frente a um militar de patente inferior.Fiquei para sempre a saber o que escondem galões,gravatas,e correlativos