drakemberg

A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à  qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À  escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.

terça-feira, fevereiro 28, 2006

Luanda me espera

Acordara a chamamento do amigo temporàrio. Antes de abalarmos foi passada uma ligeira revisão à viatura. A senhora nos chamou para a mesa. E comemos bem,eles assim o quizeram. Fizeram mesmo questão,fiquei grato ao gesto deles até hoje. oom as habituais despedidas,cavalgavamos já rumo ao colonato que ficava já ali. No Centro comercial da vila de Santa Comba Dão, era assim que chamavam agora à Cela. Junta Provincial de Povoamento,lia-se assim num grande dístico apenso no grande edificio com todas as características de Repartição Pública, Banco ou os dois em cunjunto.Era curioso pelo que conhencia de Portugal,com uma aldeia aqui, outra além,e que no meu horizonte visual,antes de lá sair, ia das faldas da Serra D"Aire e Candeeiros até à intransponibilidade visual da mesma. Aqui chamavam-lhe aldeamentos e espalhavam-se por uma grande àrea de Kilómetros quadrados,terreno era o que não faltava nesta terra,tentaram simular um pouco de Portugal e assim parecia, vieram par cá famílias inteiras. No café que havia ali perto,bebemos uma imperial,e ali nos despedimos,não antes de ele mesmo me arranjar uma boleia num camião que seguia para Malange mas me deixaria no Dondo. Não estava mal, ficava a escassos duzentos Kilómetros de Luanda, e com comboio ao jeito. A partir deste momento a estrada que calcorreava era-me já familiar.Alto Hama,Kibala etc. Ia no quarto dia,e à medida que subíamos o calor ia-se-me tornando familiar, estava já perto do meu habitat,o sul era ligeiramente mais fresco.
Vinha muito falador,e o amigo que me transportava tambem.Por onde passàvamos, parecia não haver nada. Não me iludia todavia, sabia bem o terreno que pisava.Em Luanda é que iria,fazer um balanço pessoal e conclusivo,até lá calmekss.Saíra de lá sem que, se tivesse dado qualquer acontecimento de contestação. Mas sabia o suficiente, para saber que após quinhentos anos de ocupação,e várias guerras coloniais; sim! porque esta não era a primeira: Esta seria pura e simplesmente, a derradeira, a última. Seríamos varridos daquela Terra,inexoràvelmente.Chegàramos ao Dondo! O sujeito seguiu para Malange,eu fiquei para ali.Aquilo, era mesmo uma terra de traça colonial. Havia um jardim com várias Mulembas seculares dado o tamanho delas,uma espècie de esplanada,pois tinha mesas e cadeiras,mas há hora a que cheguei já sem qualquer movimento.Estava pois condenado a ficar por ali e tentar passar a noite da melhor maneira. Não ia ser fácil, pois os mosquitos, eram aos milhões dada a proximidade do rio. O mesmo era dali bem visível,e podia-se lá chegar por um caminho em terra batida que em declive nos transpunha até sua exª o rio Quanza que, ali corria com grande caudal. Diziam até; e eu acredito, que os grandes jacarés por ali subiam até cá acima.Tudo se compunha para mais uma vez recorrer ao padeiro. No silêncio da noite o dito a virar,e revirar as massas era bem audível; pum pum,pum pum. E foi seguindo este ruido que, para lá me dirigi, e mais uma vez não falhou .Abençoado seja Deus, que me protegeste, estava a escassos duzentos Km de Luanda. Fiz companhia ao padeiro durante algum tempo, e depois adormeci atrás duns sacos de farinha até de manhã.
Foi precisamente naquilo que,na noite anterior me pareceu uma esplanada,que agora eu confirmava não estar enganado. O movimento de camiões era razoàvel.É bom saber que dali,saíam vias para o leste de Angola: N"Dalatando, Malange,Lucala, Lunda Norte e Lunda Sul onde, os diamantes eram reis. Para sul,de onde eu vinha, e ainda para o litoral centro: Porto Amboim, Gabela, Lobito, Benguela etc etc. Os tipos que demandavam a esplanada comiam e bebiam! Mas que raiva me faziam, o meu estômago, roncava de revolta e o gargomilo andava para cima e baixo engolindo em seco. A fome é mesmo difícil de suportar,e então quando vemos comida por perto,o melhor é mesmo disfarçar.Tinha chegado um camião do lado sul! Não perdi tempo; dá-me uma boleia para Luanda amigo? Embora patrício, é só beber uma cerveja e prego no pedal. Bebeu e pagou-me uma a mim tambem. Mal bebi a cerveja senti-me como que; suspenso,isto provava que estava bastante fraco, o meu estado era deploràvel a barba agarrava-a já com a mão,e na face,duas covas. Onde devia de estar carne, estava ar. Mas lá que estava em movimento, estava e para a última jornada daquela aventura. bastantes kilómetros à frente pasou por nós o kurikutela,e ia a andar mais que nós .Zenza du"Itombi,ficou para tràs Clambuloca estava perto e Luanda se aproximava,era lá que eu iria forçar o meu destino.Já há várias horas que vinhamos naquela cadência que eu tambem conhecia. O dia ia tombando lentamente e Catete,com seus campos de algodão,já estava perto. Dali a Luanda, eram cerca de sessenta kilómetros asfaltados, os únicos que eu conhecia quando ali cheguei,há dez anos. O fim de tarde em Luanda era muito agradàvel. Era a altura da saída dos empregos e das paragens nas explanadas,de que Luanda era farta,e onde se jogava poker, se bebiam umas imperiais, e de seguida se ia para casa.Tv não havia! E um dos prazeres que lá se usufruiam eram as idas ao cinema e todo o ritual que isso pressupunha. Bons cinemas explanadas lá havia.O Miramar, donde em simultâneo com a visão do filme, se podia apreciar, a ilha de Luanda lá em baixo. O Aviz numa zona recatada de Alvalade,O África, O Tropical etc. Foi com esta visão que fiz a minha entrada em Luanda. O sujeito me deixou junto à Liga Nacional Africana.Antes de me despedir, solicitei-lhe se me desenrascava uma gilete, o que ele me concedeu.Depois das habituais despedidas de circunstância,dirigi-me ao Café do Tavares que ficava mesmo em frente à Liga,e na casa de banho fiz a barba com requinte,esfregava as mãos ia dar início a outra etapa da minha vida.

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