A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.
Enfim um emprego
O meu amigo Anjlo como me tinha prometido conseguiu-me uma entrevista com o Director dos serviços onde era funcionàrio. No dia aprazado fui ao cinema dos SMAE;
esta sigla designava; Serviços Municipalizados de Agua e Electricidade. Foi aí que tomei conhecimento com o Engº.Carvalho Sanches,pois fui-lhe apresentado pelo meu amigo Anjlo. Propôs-me que no dia seguinte fosse aos serviços administrativos falar com ele; o tom era fortemente encorajante e esperançoso. Não falhei. Enquanto esperei pela audiência, andava para um lado e para outro no corredor de madeira que, rangia ligeiramente sempre que poisava o pé. A porta acabava de se abrir neste momento e uma voz de dentro disse pode entar. Lá estava agora em frente àquele bigode farfalhudo,quàse que poderia descrever o mobiliàrio do gabinete, mas estava preso ás palavras do homem. Dissertava ele que, a altura não era a melhor,que os quadros estavam cheios mas que talvêz houvesse uma hipòtese de entrar,e que mais tarde se haveria de arranjar algo com mais futuro. Essa hipòtese era nem mais nem menos que, começar pelo escalão mais baixo da função pública, mas nós estàvamos em Àfrica e o escalão mais baixo em Àfrica há època era servente e servente naquele tempo segundo o padrão da raça colonizadora eram os pretos, percebes? Que pensas que fiz? Que me neguei? Estás muito enganado! Disse ao Director aceito! Acho que ele não esperava a minha resposta afirmativa pois mexeu-se na cadeira, mas não se desmanchou. E assim no dia dez de Dezembro de 1962 iniciei a minha actividade como serventuàrio nos Serviços Municipalizados de Àgua e Electricidade da cidade de Luanda. Eu sabia no meu íntimo que eles não iriam aguentar.Entrara no quadro do pessoal serventuàrio, com o salario de trinta escudos, precisamente o mmesmo que ganhavam os duzentos ou trezentos africanos que, exerciam semelhante categoria; nem dava para pagar o que comia em termos europeus percebes.Ao fim do mes, para receber os setecentos escudos, ali tinha que estar junto com os africanos esperando, era o único branco entre eles, ali! E talvez em toda a Angola ou até mesmo em todo o continente,eram eles os meus colegas de trabalho, ganhava precisamente o mesmo que eles, mas não me feriu nem um pouco. Chamarem-me racista, colonialista e explorador,anos depois fez-me rir a bandeiras despregadas.O tesoureiro que efectuava os pagamentos era nítido o seu mau estar. Mas se não se habituasse o problema era dele. Comecei a estudar de noite logo que pude. Pensava cá para mim; logo que abra um concurso interno logo concorrerei. Mas para um europeu ao tempo a cena não era nada comum. Mas para mim, bastava pensar na fome que passara antes para logo me erguer com mais força. É curioso havia lá um preto já velho que por artes mágicas se dava muito bem comigo,tão bem que manifestava a sua admiração para comigo presenteando-me com frequência com uma coisa que para eles devia de ser tida em alto grau de consideração; nunca o saberei ao certo. Trazia de casa embrulhada em casca de bananeira batata doce cozida e fermentada,penso que ao ar livre,com que alegria o velho Mateus me oferecia a Kikuanga, assim se chamava o pitéu e eu comia sem cerimónia. Estendemos muitos milhares de metros de cabo eléctrico por Luanda inteira desde a Ilha ao bairro Popular
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