drakemberg

A visão longinqua daquela muralha, que corre de norte para sul ao longo da Africa austral,e à  qual nunca cheguei.ficou-me a recordação.assemelha-se,À  escarpa da chela,Angola,que tem a seus pés o deserto da namibia, que contempla, há¡ milhões de anos numa estenção de cerca de 150 kilometros.

sábado, abril 28, 2007

O Simões

ajarrachinesaChegou a Luanda quase há dois anos fugira de Leopoldeville e da confusão no tempo do Lumumba e fora uma boa e nova aquisição para os Serviços. Fugido do pântano do Congo ex belga com toda a família, empregou-se como eu nos SMAE. Era um electricista de alta tensão que,
de imediato se cotou num bom patamar profissional. As coisas de principio começaram de mansinho, e sem saber como o homem, começou a simpatizar com a minha maneira de ser profissional e pessoal. Começou aí um período áureo de aprendizagem intensiva. O Simões ensinou-me a arte de electricista como só se ensina a um filho. e para onde ia lá ia eu como seu coadjuvante, postos de transformação e subestações era com ele. Angola em mil novecentos e sessenta e cinco crescia a ritmo alucinante e eu regozijava com o facto, como se o que estava em marcha tivesse a minha mão. Era um ingénuo, e politicamente era um zero à esquerda, erros de ter nascido em sistema tapado e continuar assim pela vida fora. Angola! Digo-o aqui solenemente; deve-me muito. e mais a mim do que eu a Ela. O tempo corria,e dois anos depois de ter entrado para este serviço conseguira fazer no ensino nocturno que, frequentava e de uma assentada, dois anos em um óptimo não é! no ano seguinte seguira para a secção de ciências dos cursos do liceu,até parecia gente rica.Prossegui neste ritmo durante toda a década de sessenta ; ás vezes sentia que me ia abaixo e aparecia-me uma espécie de arrependimento,por não ter abandonado Angola com o mano Domingos, mas depois levantava a cabeça e seguia em frente pensando está feito, está feito. Tornei-me quase um profissional perfeito.Conheci toda a Luanda,Comecei como servente,passei a operador de centrais eléctricas,passei pelo piquete à rede publica. Este foi um período bem interessante! Éramos chamados muitas vezes a horas mortas,e algumas vezes não havia motivação para tal.Mulheres em que o marido trabalhando de noite as deixava em casa sósinhas e que por qualquer motivo entravam em pânico e nós funcionávamos como damas de companhia,via shows com mulheres frívolas, quando éramos chamados para boites.Oferta da casa dizia o gerente. Porque era assim que eram conhecidas as meninas,agora conhecidas por strepers.Depois desta passagem por várias secções dos Serviços fui de facto posto definitivamente na rede electrica quinta secção. Foi nesta data que criei família, que nasceu o meu filho Jorge e a filha Ana,tirei a carteira profissional de electricista. Depois de ter mulher e dois filhos comecei a notar lentamente que o dinheiro não chegava. Porque será que onde estiver a bandeira portuguesa os trabalhadores não saem da cepa torta. Gostava demais deste trabalho mas, a realidade se estava a sobrepor a esse facto. desde que chegara a Angola, há quinze anos , pela primeira vez quase me podia dar ao luxo de escolher emprego. Aconteceu finalmente ! E em mil novecentos e sessenta e nove mudei de emprego, Fui para uma fabrica de cerveja que abrira recentemente Ganhar três vezes mais .